House of Cards: de tirar o fôlego!

Fala, galera! Sejam bem-vindos ao nosso primeiro post falando, exclusivamente, sobre séries de TV.
Tenho uma notícia excelente! Guardem esta data: 27 de Fevereiro de 2015. Neste dia, estreia a 3° temporada de House of Cards, série premiada e original Netflix.



A série, criada por Beau Willimon, começou o ano de 2015 muito bem. O prêmio Screen Actor Guild, concedido pelo Sindicato dos Atores, premiou Kevin Spacey na categoria: Melhor Ator de Série Dramática. Além desse, em 2013 a produção se tornou a primeira websérie a arrebatar o Emmy, a grande premiação da TV americana, com o prêmio: Melhor Diretor por Série Dramática para David Fincher, dos filmes “Clube da Luta”, “Seven – Os Sete Pecados Capitais, “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Outros prêmios vieram do Creative Arts Emmy Awards, onde venceu por Elenco de Série Dramática e Direção de Fotografia.
Bom, se vocês ainda não conhecem, devem estar se perguntando: “Do que se trata esta série”? Vamos falar um pouquinho.
Sinopse:
House of Cards é uma séria de drama político. Uma adaptação de outra de mesmo nome da BBC baseada no livro de Dobbs Michael. Kevin Spacey é o protagonista e vive Francis J. Underwood (Frank) um político inteligente, articulado, sagaz, influente e inescrupuloso, que busca um alto cargo hierárquico em Washington, D.C.. Para ele, não importa como tenha que fazer e quais pessoas precise influenciar, pois o seu objetivo é único: PODER!!!
Dá para dizer que temos uma proposta de trama muito boa, com conflitos e desejos implícitos que conduzem os personagens à ações que chocam. – Sim, meus amigos, algumas vezes fiquei de boca aberta e esqueci de respirar por alguns segundos. – No entanto, não podemos afirmar que existe um herói, ou melhor, talvez este, se misture à figura de anti-herói e vilão.
A trilha de abertura, composta por Jeff Beal, dá um clima de mistério e tensão. Faço aqui uma analogia, como se a música fosse um pensamento recorrente, daqueles que ficam martelando e martelando na cabeça, insistindo por aquela ideia até que seja executada. Ou simplesmente: “Uma pulga atrás da orelha”. Por ai, é possível ter um termômetro do que esperar.

Estão gostando? Ficaram curiosos? Péra ai quem têm mais. Vamos dividir entre 1° e 2° temporadas só para “aguçar o paladar”, certo? É claro, com cuidado para não dar spoilers. No entanto, pode ser que não seja possível em algum momento. Por isso: tomem cuidado!
1° temporada:
O cargo de Secretário de Estado, prometido à Frank, democrata da Carolina do Sul, pelo Presidente dos Estados Unidos, é dado para outra pessoa. Isto estimula o seu desejo de vingança por todos os envolvidos nesta “conspiração”.
Frank começa um jogo político, realiza uma série de alianças e articulações para derrubar seus oponentes e assumir posições além daquela que lhe fora oferecida inicialmente. Isto implica em revelar segredos obscuros da oposição e, acreditem, aliados políticos, inclusive. Destruir a carreira e por que não dizer, a vida de alguns envolvidos, explorando suas fraquezas; aquilo que há de mais podre e frágil em suas vidas. Nada ficará em seu caminho!
Claire, interpretada por Robin Wright, é a esposa de Frank. Uma doce e elegante mulher; cúmplice e aliada poderosíssima de seu marido, até mesmo em situações improváveis para  as regras conjugais, faz justiça ao ditado: “Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”. Ela  é proprietária e executiva de uma organização não governamental.

A fortaleza encontrada por Frank em Claire, é mostrada com maestria nas cenas noturnas em que fumam próximo à janela, repassando a agenda do dia, tramando, apoiando um ao outro e se declarando amorosamente, é claro! A janela, figura simbólica nesta ocasião, deixa passar e se perder na noite, toda a fumaça de um dia tempestuoso. No silêncio e frieza da escuridão, sente-se também as chamas de uma paixão pouco usual.


As palavras de seu marido: "Eu amo essa mulher, eu a amo mais do que tubarões amam sangue", reforçam o quanto a sua esposa é peça fundamental em suas investidas rumo ao poder.
Outro ponto importantíssimo e que dita o ritmo da 1° temporada, é o jornalismo investigativo. Este, encabeçado pela jornalista Zoe Barnes, vivida por Kate Mara.

A busca pela verdade que rasteja sob a maciça mentira e intrigas dentre as paredes da Casa Branca, seduz qualquer repórter jovem e ambicioso. Expor os fatos, dizer a verdade à população e provocar a crítica em busca por justiça, ficam em 2° plano; sucumbi ao status e ao poder – núcleo central desta série – e mostra que todos podem ser corrompidos: basta encontrar um ponto fraco. Este é o conflito que promove um envolvimento profundo entre Zoe e Frank, uma aliança que facilitará o vazamento de informações importantes, derrubarão os fracos e erguerão os fortes. Será? Uma doce e arriscada ilusão.
2° temporada:
Quando você acha que já viu de tudo... nossa! É quando percebe que muito mais ainda está por vir. Não é spoiler, mas a empolgação pede que eu mencione uma frase sobre a relação entre Frank e Zoe nesta segunda temporada: “segundos sem respirar”. Este ponto resume o ritmo que a série toma, quando a imprensa, com o seu jornalismo investigativo, dá lugar a momentos com mais “ti ti ti”, fofocas, mídias impressas, que promovem uma verdadeira bagunça na vida privada dos personagens. Em alguns episódios, ficamos embasbacados com segredos revelados entre eles, seus desejos, vontades, suas crises comuns que, se expostas, explodirão em uma onda de insegurança não permitida para uma nação tão “cheia de si”.
Há escândalos, envolvimentos amorosos, crises conjugais entre o Presidente e a Primeira Dama e, principalmente, há a constatação de que a imagem está acima de tudo. Aqui, o marcante slogan: “Imagem não é nada, sede é tudo”, perde seu sentido, pois ver os sorrisos, mãos levantadas, acenos e pronunciamentos genéricos, vale mais do que ações concretas que reduzem o desemprego e elevam a qualidade na educação.
O crescimento de dois personagens, secundários no início, promove um conflito latente que precisa ser evitado a qualquer custo. Raymond Tusk, vivido por Gerald McRaney, amigo do presidente e um rico empresário e, Rachel Posner, uma garota de programa, interpretada por Rachel Brosnahan, ameaçam expor os podres do governo somados à sujeira da vida pessoal de Frank.


A sensação é... como se você estivesse tapando com as mãos vários buracos surgidos em sequência nas paredes de um dique.
Qual será o destino de Frank? Em sua busca incansável pelo poder, conseguirá ele alcançar o cargo máximo? Qual seria esse cargo e que implicações terá na vida daqueles que o cerca?
Comentário geral
Se vocês ainda não assistiram, não se enganem se primeiro episódio parecer meio... “parado”. É normal! Aliás, a primeira parte de qualquer série, também conhecida como piloto, geralmente é feita para apresentar o programa aos investidores e executivos. Fato é: sofrem mudanças, ganham dinamismo e adaptações que as tornam grandes e viciantes. 
No piloto, também é o momento de apresentação dos personagens, breves exposições sobre suas vidas, rotinas e etc. Mas, como isto não deixa de ser um gosto pessoal, pode ser que a simples palavra “política” não agrade alguns. No entanto, esta e outras séries produzidas e exibidas por meio do streaming, além da qualidade visual, dão ao usuário maior conforto e liberdade. Neste caso, não é necessário esperar uma longa semana para ver o próximo episódio, pois a temporada é disponibilizada na íntegra. Você escolhe quando e onde assistir e se parar no meio, continua de onde parou. Quem sabe, esta sequência ajude a definir se a série é ou não, perfeita para vocês. Na minha opinião, afirmo: House of Cards é de tirar o fôlego!!!
Esta série é uma foto ampliada da política americana e de todas as pessoas de seu núcleo. Talvez, um pouco do que haja nos bastidores da política mundial, já que... política é política, né? Contudo, este conceito vivido na prática por Frank, faz com que nos envolvamos com ele. Um recurso muito interessante é a sua interação direta com a câmera, que simula uma conversa com os espectadores e tece comentários sobre a situação da cena em andamento, expondo o seu ponto de vista e articulando seu próximo passo. Sem que vocês saibam e queiram, se tornam cúmplices de Frank.


Não gostamos dele em muitos momentos e torcemos por ele em vários outros, mesmo que a situação seja a mais errada e improvável. A profundidade desse personagem e sua eloquência, confunde a nossa cabeça e permite que façamos alianças silenciosas conosco em seu favor. Se pensarmos que no final da década de 30, um homem iniciou um movimento e também provocou este mesmo sentimento de identificação, levando uma nação a segui-lo e a promover um genocídio de forma covarde, podemos pensar que o povo está no comando, pois é justamente este povo que promove e dá poder ao seu líder. O psiquiatra Jung, dizia que a ascensão de um ditador é a manifestação das doenças de uma sociedade, logo, é de se questionar: o quanto a sujeira embutida nesta série, refere-se somente aos políticos ou aos americanos que os elegem? Aliás, é só da sociedade americana que estamos falando?
Fecho este post com o trailer da 3° temporada e uma das frases mais marcantes de Frank Underwood, elucidando muito bem a reflexão acima:
"Estou a um passo da presidência sem um único voto ter sido dado a mim. A democracia é tão superestimada".


Trailer


1° temporada
Ano: 2013
Episódios: 13
2° temporada
Ano: 2014
Episódios: 13
Elenco temporadas:
·         Kevin Spacey como Deputado Francis J. Underwood - Frank Underwood;
·     Robin Wright como Claire Underwood, a esposa de Frank;
·     Kate Mara como Zoe Barnes, uma repórter do jornal The Washington Herald; 
·         Corey Stoll como Deputado Peter Russo;
·         Michael Kelly como Doug Stamper, o Chefe de Gabinete de Underwood;
·         Kristen Connolly como Christina Gallagher, assistente executiva que de Russo;
·         Sakina Jaffrey como Linda Vasquez, Chefe de Gabinete do novo presidente;
·         Constance Zimmer como Janine Skorsky, jornalista e colega de Barnes;
·         Sandrine Holt como Gillian Cole, parceira de Claire em sua organização;
·         Sebastian Arcelus como Lucas Goodwin, editor do The Washington Herald;
·         Michael Gill como Presidente Garrett Walker, presidente dos Estados Unidos;
·         Dan Ziskie como Jim Matthews, vice-presidente dos Estados Unidos e ex-governador da Pensilvânia;
·         Den Daniels como Adam Galloway, fotógrafo profissional;
·         Mahersha Ali como Remy Danton, lobista que trabalha para uma companhia de gás natural;
·         Gerald McRaney como Raymond Tusk, rico empresário e amigo pessoal do presidente;
·         Boris McGiver como Tom Hammerschmidt, editor executivo do The Washington Herald;
·         Jayne Atkinson como Senadora Catherine Durant, nomeada Secretária de Estado;
·         Rachel Posner, como Rachel Brosnahan, garota de programa e arma secreta de e contra Frank.




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