[ Resenha ] O Médico da Humanidade e a Cura da Corrupção - Augusto Cury

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Oioioi leitores!

Bom, hoje trouxe um dos novos lançamentos do Augusto Cury, se não me engano seu lançamento se deu no último dia 28. Eu vi sobre ele na própria fan page do escritor e fiquei roendo as unhas de ansiedade. 

Os motivos que me levaram a comprá-lo em parte foi realmente por conta da temática da corrupção, tema este super atual e veiculado entre as mídias de forma bem frequente sobretudo nas últimas semanas e em segundo, porque achei que teria uma abordagem específica relacionada a religiosidade. Entretanto, no que se refere à abordagem esperada, ele foi bem diferente, e ainda sim me surpreendeu e conquistou. 

O livro aborda a história de um Advogado Criminalista, que entrou na politica e está concorrendo a Presidência do País. Confesso que foi uma surpresa para mim, porque só descobri a similitude com a minha profissão quando comecei a ler e isso aguçou ainda mais meu interesse. Pois bem, na época dos preparativos para as Eleições, Napoleão, este advogado, se vê dentro de um avião com uma pessoa que se intitula de H e que coloca em xeque suas crenças e convicções; fazendo literalmente as construções do seu intelecto ruírem em pouco tempo, questionando sobre seus valores, atitudes e o rumo que sua vida tomou. 

Pense em uma pessoa fascinada? Essa pessoa sou eu. 
Pode-se dizer que o livro é dividido em duas partes, a primeira trata do Napoleão ser humano com suas atitudes, neste primeiro momento ele é conduzido a seu passado por várias vezes e suas crenças e convicções construídas ao longo dos anos são desconstruídas. 

Cury com muita propriedade narra um personagem que aos olhos sociais seria um exemplo de conduta e bem resolvido em todos os aspectos de sua vida, porém ao longo da leitura percebemos a sua fragilidade como ser humano, o que é a realidade de todos nós, com seus erros e acertos. 

Já a segunda parte do livro, tem um enfoque claro ainda sobre a personalidade e valores de Napoleão, entretanto adentra na seara política, trazendo alume alguns ícones nos campos politico, filosófico e cristão da História e ideologias dessas épocas. Pessoas como Sócrates, Jesus, Hitler e temas como a guilhotina da Revolução Francesa, a negação de Pedro e o julgamento de Sócrates. Eu achei espetacular a abordagem, pois como psiquiatra, Cury aborda não só a história, mas traça aspectos comportamentais importantes além dos históricos das pessoas narradas por ele, o que trouxe uma riqueza sem precedentes para o livro. Assim, trabalhando a questão da corrupção muito além do campo político, mas também relacionado a valores.

Ele também faz uma análise critica sobre a sociedade moderna, imersa na era digital e que vem se tornando preguiçosa no intelecto, como também superficial em seus vínculos relacionais.

Aborda como o ser humano está cada vez mais tendencionado ao "Ter" do que ao "Ser", ou seja, os valores materiais que ele detém vem se sobrepondo aos valores morais, à família e seu ideal de felicidade está associado ao poder. 

Neste ponto me recordei do Editorial constante na Revista Adventista de Abril, com o tema Felicidade. O tema do editorial deste mês é A Arte de Ser Feliz, e o Editor da Revista, Marco Benedicto, falou duas coisas que achei interessantíssimas:

" O problema é que, à medida que a riqueza aumenta, as expectativas das pessoas também crescem, o que levaria a um declínio na sensação de felicidade, o chamado paradoxo de Easterlin."

O paradoxo de Easterlin é um conceito-chave em economia da felicidade (happiness economics). É assim designado a partir do seu autor, o economista e professor da University of Southern California Richard Easterlin, que analisou os factores que contribuem para a felicidade num capítulo do livro de 1974. De acordo com a Universidade de Kent, o paradoxo explica que, "rendimentos elevados têm correlação com felicidade, mas, a longo prazo, não existe correlação entre o aumento do rendimento e o aumento da felicidade". (Fonte: Wikipédia)

A segunda está relacionada ao ter. Dessa forma, percebe-se que essa politica do ter, tem sido responsável pela frustração de muitas pessoas. Pensamos que tendo um bom carro, dinheiro, uma boa casa teremos assim encontrado a felicidade, mas a felicidade é um conjunto de coisas. A qualidade dos nossos relacionamentos são fundamentais nesse processo.

E o editor diz: "Para conseguir a felicidade, você não precisa esperar pelas circunstancias ideais".

Penso que a grande mensagem do livro, pelo menos para mim é que o ser humano não pode esquecer de seus valores, princípios; pois são eles que nos dão base inclusive emocional. E é necessário buscar resolver seus conflitos, e não fugir deles. 
Para se tornar uma pessoa feliz, bem resolvida e equilibrada é necessário lidar com seus fantasmas, seu passado, medos e inseguranças, senão nos tornaremos prisioneiros de nossas próprias emoções. 

Em uma palavra, o livro é Sensacional! 
Extremamente questionador, intuitivo e abrangente. Cury me conquistou totalmente, fiquei realmente fascinada com sua escrita, conhecimento e como fez um passeio em diferentes campos, com grande sabedoria.

Quanto à diagramação, achei ótima. Letras medianas, páginas amarelas, proporcionando conforto na leitura e acreditem se quiser, pelo menos só encontrei um erro de grafia na página 108, o que acho um milagre. 

Vale muito a pena adquirir. Recomendo a todos!

* Quotes favoritos *

" O povo é soberano, sem dúvida, mas, em tempo de estresse político e econômico, os eleitores rebaixam sua consciência crítica, procuram salvadores da pátria, podendo eleger sociopatas ". 

" - Você é um ladrão?

   - Assalto mentes egocentricas e toscas, mas não o sou.
   - É um sequestrador?
   - Sequestro a ignorancia, mas não o sou ". 

"Ninguém pode ser um grande líder se não consegue  liderar sua aeronave mental. Como pretende gerir uma nação, se não pode gerir seu orgulho?

" Todo o ser humano cedo ou tarde beja a lona da sua tremenda fragilidade ".

" O que me preocupa é que temos a mais poderosa indústria de lazer de todos os tempos, mas, paradoxalmente, estamos diante da geração mais ansiosa e triste que pisou nesta terra ".

" O sofrimento por antecipação vampiriza quase toda a humanidade ". 

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